Miguel Morgado e Cristina Rodrigues protagonizaram um debate acirrado sobre o futuro do Chega e a estratégia de André Ventura nas eleições presidenciais. As discussões acentuaram a tensão política em Portugal, com Morgado afirmando que o Chega continua a ser uma força em ascensão, enquanto Rodrigues defendeu que o partido não perdeu gás, apenas alterou sua abordagem.
O embate começou com a questão se o Chega havia “perdido fogo” nas autárquicas. Rodrigues assegurou que, ao contrário, o partido cresceu significativamente em votos, passando de 200.000 para 700.000. Ela destacou a conquista de câmaras municipais e a eleição de centenas de vereadores, apontando que a verdadeira derrota foi do Partido Socialista, que perdeu influência e mandatos.
Morgado, por sua vez, trouxe à tona a falta de experiência do Chega nas autarquias, o que pode ter dificultado a confiança dos eleitores. Ele acredita que a diferença entre os resultados das eleições autárquicas e legislativas se deve à urgência em eleger candidatos com experiência local.

A discussão aquecida também abordou o futuro de André Ventura. Rodrigues afirmou que o Chega está se preparando para as presidenciais, com Ventura determinado a vencer. No entanto, Morgado alertou que a estratégia do Chega pode ser arriscada, já que o partido precisa demonstrar força e unidade para se destacar.

Ambos os debatedores concordaram que, independentemente dos resultados autárquicos, Ventura tem o potencial de abalar o sistema político, mesmo sem vencer as eleições. A possibilidade de empurrar o PS e o PSD para fora da segunda volta é vista como uma vitória simbólica, o que poderia mudar a dinâmica política em Portugal.

À medida que o Chega se posiciona como um protagonista nas eleições, a divisão dentro do PS e a hesitação do PSD podem abrir espaço para o crescimento de Ventura. O debate deixou claro que a luta pelo poder em Portugal está longe de terminar, com o Chega se consolidando como um ator central no cenário político.
O que resta saber é se o eleitorado está pronto para abraçar essa mudança radical. A expectativa é alta e as próximas semanas prometem ser decisivas para o futuro político do país.
