O desaparecimento de Gus Lamont continua a ser um dos casos mais perturbadores e enigmáticos do ano em Portugal. Um mês após o menino desaparecer sem deixar rasto, a polícia anunciou uma medida inesperada: o esvaziamento parcial de uma barragem situada a poucos quilómetros da quinta onde a criança foi vista pela última vez.
A decisão, embora saudada por muitos como um avanço, gerou também uma onda de indignação e desconfiança pública. Muitos cidadãos e familiares de Gus perguntam: “Por que é que não o fizeram desde o início?” — uma questão que ecoa em todo o país e que levanta dúvidas sobre a condução da investigação.
Fontes próximas da Polícia Judiciária afirmam que a operação de drenagem foi planeada com base em novas informações recebidas de uma testemunha anónima. Segundo essa fonte, uma viatura suspeita teria sido vista na zona da barragem na noite do desaparecimento, mas os investigadores decidiram, na altura, não intervir devido à falta de provas concretas.
O caso começou há quatro semanas, quando Gus Lamont, um menino de apenas 9 anos, desapareceu misteriosamente enquanto brincava nos arredores da quinta da família. A mãe, devastada, relatou que o filho se afastou apenas por alguns minutos e nunca mais voltou. Desde então, a localidade vive um pesadelo contínuo.
As buscas envolveram mais de cem agentes, drones, cães farejadores e mergulhadores, mas todos os esforços anteriores resultaram infrutíferos. Agora, com a nova operação na barragem, renasce a esperança — e também a polémica. Por que razão as autoridades demoraram tanto tempo a investigar essa área crucial?
Especialistas em investigação criminal afirmam que a drenagem de uma barragem é uma operação extremamente delicada, que requer autorização judicial e grandes recursos logísticos. Contudo, muitos acreditam que a polícia hesitou mais do que o necessário, talvez para proteger informações confidenciais ou evitar erros de avaliação.
Nos últimos dias, o porta-voz da polícia confirmou que a operação terá início ainda esta semana e poderá prolongar-se por vários dias. A barragem, com cerca de 15 metros de profundidade, cobre uma área vasta e de difícil acesso. Equipas especializadas de mergulho e peritos forenses já estão no terreno.
A imprensa local acompanhou o início das movimentações, notando um forte reforço policial e a presença discreta de investigadores britânicos, que se juntaram ao caso a pedido da família Lamont. Este detalhe alimentou novas teorias sobre a possível dimensão internacional do desaparecimento.
Vários meios de comunicação sugerem que a polícia possa estar a seguir uma nova pista relacionada com um antigo funcionário da quinta, que teria sido visto nas imediações da barragem dias antes do desaparecimento. A identidade do suspeito, no entanto, permanece sob sigilo absoluto.
Enquanto isso, a comunidade local vive entre a esperança e o medo. Muitos moradores afirmam que a barragem sempre foi um local estranho, associado a histórias antigas de acidentes e segredos. “Sempre dissemos que deviam procurar lá primeiro”, comentou um agricultor da zona.
A mãe de Gus, visivelmente emocionada, fez um apelo nas redes sociais: “Não quero culpados, só quero o meu filho de volta.” A sua mensagem foi partilhada milhares de vezes, transformando o caso num símbolo nacional de dor e persistência.
A operação de drenagem poderá finalmente trazer respostas, mas também há quem tema o pior. “Se encontrarem algo lá, pode ser o fim das esperanças”, disse uma vizinha próxima da família. Ainda assim, todos concordam que a verdade deve vir à tona, custe o que custar.
Entretanto, peritos criminais alertam para o risco de contaminação de provas durante a operação. O tempo decorrido desde o desaparecimento — quase trinta dias — torna a preservação de evidências extremamente difícil, especialmente em ambiente aquático.
A imprensa internacional também começou a acompanhar o caso. O Guardian e o El País publicaram artigos sobre a operação portuguesa, destacando a pressão crescente sobre as autoridades e o clamor público pela verdade. O caso Gus Lamont já é comparado ao desaparecimento de Madeleine McCann, que também envolveu buscas em barragens e longas investigações sem conclusões definitivas.
A investigação agora centra-se em três hipóteses principais: se Gus caiu acidentalmente na barragem, se foi levado até lá por alguém, ou se o local foi usado apenas para ocultar provas. Nenhuma das linhas foi descartada oficialmente, mas a polícia evita divulgar detalhes para não comprometer o trabalho em curso.
O procurador responsável pelo caso reafirmou que “todas as hipóteses permanecem em aberto” e que o objetivo da drenagem é “garantir que nada foi negligenciado”. Essa declaração, no entanto, não convenceu a opinião pública, que continua a exigir mais transparência.
Nas redes sociais, hashtags como #JustiçaPorGus e #DrenemATotalidadeDaBarragem estão entre as mais partilhadas em Portugal. Grupos de cidadãos planeiam vigílias e protestos pacíficos para pressionar as autoridades a divulgar resultados concretos.
Especialistas em psicologia social destacam que o caso reacendeu o trauma coletivo de outros desaparecimentos não resolvidos em Portugal, como o de Rui Pedro Teixeira Mendonça. O medo de que a história se repita aumenta a tensão e o sofrimento da população.
Enquanto a barragem começa a ser lentamente esvaziada, o país inteiro observa com o coração apertado. A esperança de encontrar respostas mistura-se com o temor de uma descoberta dolorosa. A cada metro de água que desce, cresce a expectativa — e a pergunta que não se cala: por que esperaram tanto tempo?
O desfecho ainda é incerto, mas uma coisa é clara: o desaparecimento de Gus Lamont tornou-se mais do que uma tragédia individual. É um teste à eficiência e à transparência da justiça portuguesa, e um lembrete de que, quando se trata de vidas inocentes, cada minuto conta.