O desaparecimento de Rui Pedro Teixeira Mendonça, ocorrido há quase três décadas em Lousada, volta a abalar Portugal com uma nova reviravolta inquietante. Desta vez, o caso ressurge através de três mensagens de voz misteriosas enviadas diretamente à mãe do menino, Filomena Teixeira.
As mensagens foram enviadas a partir de um número estrangeiro, registado na região de Manchester, Inglaterra. A mulher por trás da voz identificou-se como “Rita” e declarou ser, na verdade, Rui Pedro, alegando ter sido criada sob uma identidade falsa após o desaparecimento.
No primeiro áudio, a voz feminina, rouca e trémula, dizia: “Mãe, eu lembro-me da bicicleta azul… lembro-me do campo e da tua voz a chamar-me para jantar.” Filomena, ao ouvir, entrou em choque, reconhecendo o timbre infantil descrito nas recordações.
O segundo áudio continha referências específicas à infância de Rui Pedro, como o nome do cão da família e a cor das paredes do quarto onde ele dormia. A precisão dos detalhes fez com que Filomena acreditasse, por breves momentos, que o impossível estava a acontecer.
“Chorei durante horas. Aquele tom, aquelas pausas… parecia ele. Não sabia se devia ter esperança ou medo”, contou Filomena à imprensa, visivelmente abalada. As mensagens foram entregues à Polícia Judiciária no mesmo dia.
A PJ, em cooperação com a Interpol, iniciou uma investigação urgente para rastrear a origem das mensagens. Especialistas em análise de voz foram chamados para determinar se havia manipulação digital ou semelhanças genéticas sonoras com o falecido Rui Pedro.
Enquanto a análise avançava, a história incendiou as redes sociais portuguesas. Milhares de utilizadores partilharam teorias sobre a possível sobrevivência de Rui Pedro, criando uma onda de esperança, mas também de confusão e medo.
Durante as primeiras 48 horas, o país viveu em suspense. Programas de televisão, rádios e jornais relataram cada detalhe da investigação, descrevendo as mensagens como “a maior reviravolta desde 1998”. Mas o que veio a seguir mudaria tudo.
Os peritos confirmaram que a voz não pertencia a nenhuma base genética ligada à família Teixeira. Além disso, a suposta “Rita” havia usado uma aplicação de alteração vocal que criava um timbre infantil e emocionalmente carregado.
A descoberta caiu como uma bomba em casa de Filomena. A mulher que acreditava estar finalmente a ouvir o filho, deparou-se com um esquema cruel de manipulação emocional. As autoridades acreditam que o objetivo era extorquir dinheiro em troca de informações falsas.
A PJ localizou o número de origem das mensagens a um apartamento arrendado em Liverpool, pertencente a um homem com antecedentes por fraude digital. O suspeito já estaria envolvido em casos de roubo de identidade e chantagem.
Fontes próximas da investigação revelaram que as mensagens foram programadas para parecerem autênticas, com ruídos de fundo que simulavam ambientes rurais e sons típicos de Lousada. Tudo foi meticulosamente planeado para iludir Filomena.
Apesar da tragédia emocional, a mãe de Rui Pedro demonstrou uma força notável. “Não vou deixar que usem o nome do meu filho para maldade. Ele merece respeito. Ainda acredito que a verdade está lá fora”, disse, com lágrimas nos olhos.
O caso, que já atravessou fronteiras e gerações, ganhou novo destaque na imprensa internacional. Meios espanhóis e britânicos abordaram o episódio como “um exemplo doloroso de como o trauma pode ser explorado digitalmente”.
As autoridades portuguesas prometeram intensificar a vigilância sobre crimes cibernéticos ligados a casos de desaparecimento. “É inadmissível que alguém use a dor de uma mãe como ferramenta de lucro”, declarou o ministro da Justiça, Ricardo Alves.
Enquanto isso, em Lousada, a comunidade voltou a reunir-se num pequeno memorial dedicado a Rui Pedro. Velas, flores e mensagens de apoio foram deixadas em frente à antiga casa da família, simbolizando solidariedade e compaixão.
Peritos em psicologia criminal destacam que a necessidade de encerramento emocional é uma das mais poderosas em casos de desaparecimento. “Essas vítimas são vulneráveis a manipulações. O cérebro quer acreditar que o ente querido voltou”, explicou a doutora Maria Fonseca.
Apesar da decepção, Filomena reafirmou a sua fé e determinação. “A cada mentira, aproximo-me da verdade. Eles podem enganar-me, mas não vão fazer-me desistir.” Palavras que ecoaram como um grito de resistência num país inteiro.
Nos bastidores da PJ, a equipa responsável pela investigação promete continuar a seguir todas as pistas possíveis. O caso Rui Pedro Teixeira Mendonça ainda é classificado como “aberto”, e cada fragmento de informação é tratado como vital.
Os investigadores planeiam agora rastrear o histórico digital do suspeito inglês, cruzando os contactos e transações financeiras feitas nos últimos meses. A cooperação com as autoridades britânicas está em curso.
Mesmo depois da revelação devastadora, a esperança de Filomena continua viva. “Um dia, a verdade vai bater à minha porta. Pode ser amanhã ou daqui a dez anos, mas eu estarei aqui para ouvir”, disse, segurando a fotografia do filho.