André Ventura e Luís Montenegro protagonizaram um intenso debate no Parlamento português, onde a saúde pública foi o tema central. Ventura, líder do Chega, criticou duramente a gestão do sistema de saúde, apontando para as longas esperas nos hospitais, que podem chegar a 18 horas. Ele acusou Montenegro de se esquivar das responsabilidades, destacando a falência das políticas públicas. O clima de tensão e as acusações mútuas deixaram claro que a insatisfação com o estado atual da saúde é uma questão urgente e crítica.
Durante a discussão, Ventura não poupou palavras ao afirmar que “ninguém pode estar à espera de 18 horas para ser atendido no hospital”. Ele questionou a eficácia do governo e a falta de responsabilidade dos políticos, ressaltando que a situação atual é resultado de um sistema que não funciona.
Montenegro, por sua vez, tentou desviar as críticas, mas Ventura insistiu que as estatísticas são alarmantes. “Doentes a aguardar cirurgia fora dos tempos máximos aumentam 20%”, alertou, reforçando a gravidade da situação. O debate acirrado deixou claro que a saúde dos portugueses está em jogo e que as promessas políticas não estão sendo cumpridas.
A indignação de Ventura se intensificou ao mencionar o fechamento de serviços essenciais, como a neonatologia no Hospital Dona Estefânia. “É uma vergonha num país que se quer ter mais mentalidade”, disparou, exigindo uma resposta clara do governo sobre os cortes e a diminuição do investimento na saúde.
Ele também destacou a questão da legalização de utentes no Serviço Nacional de Saúde, afirmando que mais de 10.000 pessoas foram legalizadas de forma ilegítima, o que representa um peso adicional para o sistema já sobrecarregado. “Estamos a falar de uma despesa que vamos todos pagar”, enfatizou.

O tom de Ventura, considerado agressivo por alguns, foi defendido como uma necessidade diante da gravidade da situação. Ele criticou a “arrogância” de Montenegro e a impunidade que permeia o sistema político, afirmando que os governantes não sentem as consequências do fracasso nas políticas de saúde.
A discussão no Parlamento não só expôs a crise no sistema de saúde, mas também revelou a tensão crescente entre os partidos. Ventura concluiu seu discurso pedindo uma resposta concreta do governo e uma justificativa para o salário da ministra da Saúde, enfatizando que a responsabilidade deve ser assumida.
O debate acirrado é um sinal claro de que a insatisfação com a saúde pública em Portugal atingiu um ponto crítico. A população aguarda respostas e soluções, enquanto os políticos se enfrentam em um cenário de crescente descontentamento. A urgência de uma reforma no sistema de saúde é mais evidente do que nunca, e a pressão sobre os governantes só tende a aumentar.
