A Associação Pais21, dedicada ao apoio de jovens com trissomia 21, foi forçada a encerrar por tempo indeterminado a sua sede no Martim Moniz, em Lisboa, após uma série de episódios graves de violência, insegurança e degradação junto à entrada das instalações.

Segundo a presidente da associação, Marcelina Souschek, há meses que a situação se agravava com a presença constante de grupos de toxicodependentes acampados à porta, consumindo substâncias ilícitas e abordando os utentes. Alguns jovens foram mesmo vítimas de agressões e assaltos. “Tivemos um miúdo agredido, uma miúda a quem roubaram o telemóvel e outra a quem ofereceram estupefacientes”, contou.
Vários utentes deixaram de conseguir entrar sozinhos no edifício por medo ou bloqueio de acesso. “Há miúdos que têm de ligar porque não conseguem aceder ao código da porta”, lamenta a responsável.

Apesar dos vários alertas à PSP, a associação afirma que “a polícia também está de mãos atadas” e que a Câmara Municipal de Lisboa já foi informada. Algumas soluções foram propostas, mas ainda sem resolução definitiva.
Até lá, as atividades da associação, que acolhe mais de 60 jovens entre os 12 e os 40 anos, vão decorrer em formato online.
“Estamos a limitar a liberdade de um grupo muito vulnerável, que também tem direito a andar na rua e entrar e sair tal como quer”, sublinhou Marcelina Souschek.
Uma associação que luta pela inclusão foi forçada a fechar portas por falta de segurança. Uma realidade dura e revoltante. 

A estes jovens, devemos proteção, respeito e dignidade. 

