O julgamento do caso Mónica Silva, a grávida da Murtosa desaparecida em circunstâncias misteriosas, entrou esta terça-feira na reta final e pode ter uma reviravolta inesperada. Fernando Valente, amante da vítima e principal suspeito do homicídio, conhece hoje o seu destino: 25 anos de prisão ou absolvição total.

Apesar das suspeitas e das alegações iniciais do Ministério Público, o cenário de absolvição parece cada vez mais provável. A ausência do corpo da vítima, aliada a testemunhos contraditórios e à fragilidade das provas materiais apresentadas, contribuem para que o coletivo de juízes possa não reunir os fundamentos jurídicos necessários para uma condenação por homicídio qualificado.

A família de Mónica Silva, presente em tribunal, mostrou-se visivelmente abalada com o evoluir dos acontecimentos. A irmã da vítima pôs as mãos à cabeça ao perceber que Fernando Valente poderá sair em liberdade. Celeste Barbosa, mãe de Mónica, já havia declarado publicamente que não perdoaria o suspeito “mesmo que dissesse onde está o corpo da minha filha”.

Todo o processo decorreu à porta fechada, o que gerou críticas por parte da opinião pública e da imprensa, deixando no ar dúvidas sobre a forma como as provas foram produzidas. Também foi levantada a hipótese de irregularidades durante a investigação, com alegações de que a Polícia Judiciária de Aveiro poderá ter exercido pressões sobre testemunhas.